MAITHUNA, O ATO SEXUAL RITUALIZADO
Para o Tantra, o sexo é a união sagrada, também chamada de Maithuna e Sadhana (que significam caminho ou prática espiritual). Essa técnica também é conhecida como Shaktização, pois seus praticantes encarnam a consciência de Shakti, a Grande Mãe, ou buscam a união dos princípios masculino e feminino ― os opostos. É o Maha Mudrá (grande gesto), em que o homem-Shiva e a mulher-Shakti se tornam um só, em que o amor une a mente, o corpo e o espírito, permitindo, assim, que o casal transponha qualquer referência ou comparação sobre orgasmo físico, pois transcende o tempo e o espaço, atravessa barreiras e traz a comunhão para ambos com o Divino.
No momento em que reconhecemos que a maioria das nossas atitudes em relação ao sexo é repressora e castradora, abrimos um espaço de libertação da culpa. Celebramos a beleza do sexo, sentindo intensamente que estamos envolvidos em um intenso ato de amor.
Tantra não tem a ver com o desejo de possuir ou ser possuído pelo outro, não é dividir ou trocar energia. É entrega, sem espera, da comunhão do êxtase de ser dois e ao mesmo tempo um.
Para experimentar melhor o mistério que envolve o Tantra, é preciso perceber que uma atitude tântrica pode ser assumida em sua vida pessoal, profissional, emocional, psíquica, espiritual e sexual.
Ser tântrico é tornar-se presente em cada momento da vida. É estar consciente dos seus objetivos, metas e realizações, mas também das frustrações, das mudanças ou perdas. É observar as atitudes do passado para entender o presente. É viver o presente para construir o futuro.
Ser tântrico é ser contemplativo e vivenciar o agora, sem raiva, apegos, inveja, julgamentos, orgulho ou ganância. Ser tântrico é ser meditativo.
Quando duas pessoas dispostas, em atitude de Sadhana, se relacionam, o potencial do desenvolvimento individual se amplia e isso reverbera em todas as áreas da vida.
O Casamento Vivo é um dentre os terrenos mais férteis para essa prática. Nesse encontro vamos vivenciar um novo paradigma da ligação amorosa e do prazer entre o casal, desprogramando antigos padrões e bloqueios, para dar espaço a um relacionamento diário mais saudável, prazeroso no caminho da plenitude.
O outro é parte essencial do processo de encontro consigo.